sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

“NADA x NADA é = a TUDO” :: Artur Barrio

PN16 - Nada. Praça XV, Rio de Janeiro.

 
Numa tarde de calor de sexta-feira, inauguramos o primeiro caderno de anotações e comentários dos visitantes do NADA (PN16). Com surpresa, reconhecemos de imediato uma estranheza por parte do público, que logo era superada pelo folear das páginas. Cada visitante deixava um registro que inspirava como combustão espontânea os seguintes em um efeito construtivista coletivo. Esta caderno foi o território paralelo de expressões, um convite ao visitantes exercitarem a liberdade de registrar suas experiências em desenhos, palavras e textos!!!!! Assim, naquela tarde, ilustres visitantes como Artur Barrio inauguraram juntamente com transeuntes anônimos este livro de enunciações pedestres. No mesmo dia, levamos o caderno para o EDEN.  As contribuições se multiplicaram ainda mais!!! Ali estava inaugurado o livro de múltiplas vozes do NADA ao EDEN.


"NADA x NADA é = a TUDO" -  Artur Barrio
Artur Barrio e Stefânia Paiva
Ao provocar os visitantes a ampliarem suas Experiências nos labirintos de Oiticica nos Penetráveis PN16 - Nada e Éden, um universo paralelo, até então invisível, reprimido, encontrou um território de manifestação. Um caderno de folhas em branco foi suficiente para ampliar a extensão e a necessidade de compartilhamentos do sensível:  o Eden é o NADA; a liberdade é tudo – o total esvaziamento de conteúdos e narrativas explicativas dessas obras provocaram com tanta surpresa a inesgotável vontade de comunicação.





 Ao mesmo tempo, confirmava-se a atualidade dessas obras e territórios de arte.  Através das incontáveis expressões dos visitantes eram afirmadas as provas pelas quais uma proposição artística se atualiza como provocadora de novos estados de invenção, jogos de fluência criativa compartilhados além do seu tempo de origem, de uma geração para outra. 




A obra de Oiticica se provou e foi provada como horizonte de probabilidades. Este é o sentido ambíguo de probabilidade, em nome e conteúdo, com os quais essas obras, o NADA e o EDEN, se convergem amplamente – o Éden (paraíso) como lugar e desafio do vazio pleno, onde é preciso provar o nada para ser tudo. Mas, ao mesmo tempo, é se colocar também à prova do nada. Provar é experimentar o sabor, mas também descobrir alegrias do devir de possibilidades prováveis, antes improváveis de uma obra que é tudo e nada ao mesmo tempo em cada um. Os cadernos registram alegrias das experiência inauguradas pelos Penetráveis PN16 (NADA) na Praça XV e o Eden na Casa França Brasil. 



  Luiz Guilherme Vergara

Nenhum comentário:

Postar um comentário