sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

DouAções :: 20 de novembro de 2010



MEDIAÇÕES EXPERIMENTAIS E PROJETOS ARTÍSTICOS oferecidos ao público pelos artistas e educadores do Núcleo Experimental de Educação e Arte do MAM Rio, junto com os mediadores e artistas do projeto educativo da Exposição Hélio Oiticica: Museu é o Mundo, inspirados nas práticas e nas obras de Hélio Oiticica. (22 de novembro de 2010).



Ciclorangolé




Fluência Criativa em Cores



Bólide: Faça Você Mesmo





Time is Money




Transitável





“NADA x NADA é = a TUDO” :: Artur Barrio

PN16 - Nada. Praça XV, Rio de Janeiro.

 
Numa tarde de calor de sexta-feira, inauguramos o primeiro caderno de anotações e comentários dos visitantes do NADA (PN16). Com surpresa, reconhecemos de imediato uma estranheza por parte do público, que logo era superada pelo folear das páginas. Cada visitante deixava um registro que inspirava como combustão espontânea os seguintes em um efeito construtivista coletivo. Esta caderno foi o território paralelo de expressões, um convite ao visitantes exercitarem a liberdade de registrar suas experiências em desenhos, palavras e textos!!!!! Assim, naquela tarde, ilustres visitantes como Artur Barrio inauguraram juntamente com transeuntes anônimos este livro de enunciações pedestres. No mesmo dia, levamos o caderno para o EDEN.  As contribuições se multiplicaram ainda mais!!! Ali estava inaugurado o livro de múltiplas vozes do NADA ao EDEN.


"NADA x NADA é = a TUDO" -  Artur Barrio
Artur Barrio e Stefânia Paiva
Ao provocar os visitantes a ampliarem suas Experiências nos labirintos de Oiticica nos Penetráveis PN16 - Nada e Éden, um universo paralelo, até então invisível, reprimido, encontrou um território de manifestação. Um caderno de folhas em branco foi suficiente para ampliar a extensão e a necessidade de compartilhamentos do sensível:  o Eden é o NADA; a liberdade é tudo – o total esvaziamento de conteúdos e narrativas explicativas dessas obras provocaram com tanta surpresa a inesgotável vontade de comunicação.





 Ao mesmo tempo, confirmava-se a atualidade dessas obras e territórios de arte.  Através das incontáveis expressões dos visitantes eram afirmadas as provas pelas quais uma proposição artística se atualiza como provocadora de novos estados de invenção, jogos de fluência criativa compartilhados além do seu tempo de origem, de uma geração para outra. 




A obra de Oiticica se provou e foi provada como horizonte de probabilidades. Este é o sentido ambíguo de probabilidade, em nome e conteúdo, com os quais essas obras, o NADA e o EDEN, se convergem amplamente – o Éden (paraíso) como lugar e desafio do vazio pleno, onde é preciso provar o nada para ser tudo. Mas, ao mesmo tempo, é se colocar também à prova do nada. Provar é experimentar o sabor, mas também descobrir alegrias do devir de possibilidades prováveis, antes improváveis de uma obra que é tudo e nada ao mesmo tempo em cada um. Os cadernos registram alegrias das experiência inauguradas pelos Penetráveis PN16 (NADA) na Praça XV e o Eden na Casa França Brasil. 



  Luiz Guilherme Vergara

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Experiências no Labirinto

Mediar é isso mesmo?

             A mediação experimental a qual estamos praticando nesta exposição, pode ser direcionada a uma interseção de saberes que naturalmente se relacionam em um tipo de vivência, que notadamente pode ser apreciada de forma coletiva e singular ou individual e plural.

            No momento de sua prática, a mediação se dá permeada pela intuição, instigação e interpretação “pluridimencional” das experiências deflagradas e vai muito além das relações ali postas. É com clareza que percebo que, na falta de algum destes elementos supracitados, a mediação experimental pode não ocorrer com sucesso. Não digo com isso que há uma fórmula para mediar e sim que seja necessário um esforço próprio para tal.

            A partir dessa reflexão posso relacionar que para a obtenção de algum ou total sucesso na prática de mediar é necessário “Virtu e Fortuna”, ou em outras palavras, estar no lugar certo na hora exata, ou então simplesmente, ter do seu lado, a técnica (Virtu) e um pouco de sorte (Fortuna).


Rodrigo de Oliveira


Rodrigo de Oliveira



 Área Aberta do Mito

    Queijo, Carrossel, Caracol, tribo. Esse lugar misterioso já recebeu diversas definições que foram verbalizadas durante provocações feitas na mediação, mas nenhuma me chamou mais atenção quanto “Arena”. Pois, mãe e filho encontraram duas varas de bambu colocadas encima das traves suspensas, aquelas traves de madeira que lembram coincidentemente a clarabóia da Casa França Brasil.

   Em relato, disseram literalmente lutar de forma quase cenográfica naquele ambiente, onde uma quantidade grande de visitantes expuseram estar em um lugar que lhes remete liberdade no sentido de espaço.

   Esse ambiente é realmente tudo isso. E a liberdade se dá na criatividade de quem o utiliza verdadeiramente, e que de certa forma se permite libertar-se ao entrar no pequeno, grande e misterioso penetrável do jeito que  mãe e filho fizeram.   


Rodrigo de Oliveira





Rodrigo de Oliveira Paes faz parte da equipe de mediadores da exposição "Hélio Oiticica: Museu é o Mundo", dentro do Programa Educativo Experiências no Labirinto. É Assistente Social, Músico e Artesão. Além de coordenar uma oficina de Arte ação ambiental, de construção de instrumentos musicais com material reaproveitado em Niterói, dentro do Departamento de Arte Educação do MAC.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Seminário: O Legado de Hélio Oiticica para Educação



Reunindo textos e experiências do imaginário de inventos de Oiticica, este seminário terá como ponto de convergência o horizonte potencial para pesquisas cognitivas e sensoriais para a educação, apontando para diferentes aspectos e possibilidades do legado e das práticas ambientais e éticas de Oiticia. O seminário fará parte do Programa de Seminários da exposição.


Debatedores:

Frederico Coelho
Ricardo Basbaum
Jessica Gogan
Luiz Guilherme Vergara


O Legado de Hélio Oiticica para Educação, Casa França Brasil



Áudio do seminário disponível para download:

O Legado de Hélio Oiticica para Educação

Download part 1 
Download part 2

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Encontros de Aprofundamentos


  
Ignês Albuquerque e João Modé – Educação infantil: 16/10

Em nosso primeiro encontro de aprofundamento, recebemos a educadora Ignes Albuquerque e o artista plástico João Modé. Partindo de sua pesquisa sobre a educação formal e informal de Helio Oiticica, Ignes apresentou sua própria experiência como educadora, especialmente em instituições de arte. Mostrou várias imagens e, com os professores, intercalou, com inteligência, dinâmicas e reflexões sobre Educação infantil.






João Modé ofereceu sua contribuição poética ao tema do encontro. O artista encerrou a tarde com a atividade “Sopa de letrinha”, que se desdobrou em inúmeras reflexões sobre a educação em nosso dia a dia e sobre a necessidade de atualizar as questões presentes na obra de Oiticica para que faça sentido ao jovem de hoje.





Andrea Jabor - Educação ambiental: 30/10

No segundo encontro de Aprofundamentos, começamos com a coordenadora da equipe de mediadores Ana Paula Chaves apresentando as abordagens desenvolvidas para a exposição Helio Oiticica: o museu é o mundo. Em seguida, as mediadoras cegas Camila Alves e Virgínia Menezes fizeram breve e precisa reflexão sobre suas experiências com o público da exposição.

Camila Alves e Virgínia Menezes


Guilherme Vergara apresentou os conceitos para a tarde e Analu Cunha algumas instigações para o corpo no mundo em que vivemos. Em seguida, a coreógrafa Andrea Jabor provocou uma série de dinâmicas e provou que não tem educador ruim da cabeça, nem doente do pé…




Assistimos vídeos sobre samba e após o tradicional bate-papo, encerramos com o corpo cansado, mas com a alma revigorada.




 
Ronald Duarte - Educação para os artistas: 13/11

A coordenadora da equipe de mediadores Maíra Dias abriu o último encontro fazendo um breve resumo do trabalho que vem desenvolvendo com Ana Paula Chaves. Como a tarde era dedicada à  educação para os artistas, começamos ouvindo as experiências dos jovens artistas André Ranaud, Fernando Codeço e Julia Pombo, que trabalham com mediação na exposição.

Fernando Codeço


Logo depois, o artista Ronald Duarte comentou o percurso histórico de Hélio Oiticica para, em seguida, apresentar vídeos que registram suas próprias ações em espaço público.  Após o cafezinho, o artista distribuiu trechos da poesia dos heterônimos de Fernando Pessoa como fonte de inspiração para fotografias analógicas no entorno da Casa França-Brasil. Não poderia haver final mais coerente com a série Aprofundamentos! Encerramos com a descrição e interpretação poética das fotos, que, reveladas, poderão finalmente ser visualizadas em breve, aqui mesmo.







Analu Cunha
Coordenadora das Casa Abertas/Encontros de Aprofundamento

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Casas Abertas

Cada um dos 3 encontros teve um formato. No primeiro (10/9), Jessica Gogan e Guilherme Vergara apresentaram os conceitos e as abordagens desenvolvidos, em paralelo com a obra de Hélio Oiticica, para “Experiências no labirinto”. 

Após a divisão do grupo, uma metade visitou o segmento da exposição montado no Paço Imperial e realizou a dinâmica “As quatro estações”; a outra metade seguiu para a Casa França-Brasil, onde vivenciou as obras e participou da atividade “O labirinto”, conduzida por Analu Cunha. Em seguida, os dois grupos se revezaram e, finalmente, se reuniram novamente em um gostoso bate-papo na Sala dos Archeiros, no Paço Imperial.





No segundo encontro (18/9), Analu Cunha e Ignês Albuquerque recepcionaram os educadores. Aquecidos pela atividade do labirinto, foram divididos em grupos e desafiados a apresentarem uma obra da exposição. O resultado foi surpreendente! Em seguida, Analu e Ignês discorreram, respectivamente, sobre a trajetória do artista e a abordagem pedagógica, esta seguida da atividade “As quatro estações”. Uma visita muito especial com Camila e Virgínia – nossas mediadoras cegas – nas obras da Casa França-Brasil encerrou o dia.




O terceiro (2/10), foi conduzido por Guilherme Vergara e Analu Cunha em parceria com os educadores, que deram um show de curadoria apresentando as obras escolhidas pelos grupos! Depois das atividades na Casa França-Brasil, encerramos com trocas e depoimentos sobre a tarde extremamente agradável que passamos juntos.

Analu Cunha

domingo, 3 de outubro de 2010

Formação dos Mediadores

Nossa equipe de mediadores foi selecionada com a parceria da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, da Pimpolhos da Grande Rio, da Spetaculu e do Núcleo de Pesquisa Cognição e Coletivos / UFRJ. Formamos um grupo heterogêneo que pudesse trabalhar a mediação a partir da sua experiência e do outro, ser mais um provocador de "experiências no labirinto".

Antes da abertura da exposição tivemos dois dias de formação e um primeiro grupo de estudos (que acontecerá de forma sistemática durante a exposição).

No nosso primeiro dia (30/08) realizamos uma dinâmica para que o grupo se conhecesse. Com novelos, palavras e músicas, pudemos começar a perceber o outro que trabalharia conosco, lado a lado.

Tivemos falas das nossas parceiras, Alayde Mariani e Lúcia de Oliveira, do Setor Educativo do Paço Imperial, e da Beatriz Giacomini Cruz da Casa França-Brasil.

Realizamos jogos interpretativos ligados à obra do Helio em uma espécie de circuito:
  • Tecidos para parangolés;
  • Papéis coloridos para experienciar a saída do plano para o espaço;
  • Fonte de luz e caixas de fósforos para do tridimensional voltar ao plano através da sombra;
  • Jogo Neoconcreto (com a cessão do MAC). 
Importante ressaltar, que foi dada pouca orientação antes dessa atividade. Nossa idéia era que eles tivessem a experiência antes de "racionalizarmos" os processos de criação do HO.


Formando mediadores
Tecidos para parangolés
Papéis coloridos: experienciando a saída do plano para o espaço

Fonte de luz e caixas de fósforos

Jogo Neoconcreto


Depois do circuito, tivemos uma conversa mediada pelo Guilherme Vergara sobre as experiências que eles tiveram naqueles jogos, imagens de obras do HO e o desenvolvimento do seu processo de criação. 
Para finalizar, realizamos uma dinâmica para criação de um diagrama coletivo sobre o conceito de mediação. Cada pessoa sorteava uma palavra, a posicionava no diagrama e dizia se tinha relação ou não com a "MediAção" e porquê. 


Diagrama coletivo



No segundo dia (08/09), iniciamos com a distribuição para os mediadores, de um material básico para o registro das experiências: caderneta e caneta. E com este material em mãos já realizamos uma atividade onde agora, de forma individual, os mediadores registrariam suas relações com a MediAção. Voltaremos a essa atividade no decorrer da exposição para que a nossa equipe possa ter momentos de reflexão sobre a sua prática.

Fizemos uma apresentação mais formal do Instituto Mesa e novamente, o Guilherme falou sobre a obra de HO com o apoio de slides. Trouxemos também para os mediadores, uma estrutura para o trabalho de mediação baseada no tripé "pergunta/contexto-eu sou/jogos interpretativos” partindo dos próprios materiais estruturantes presentes na obra de Oiticica. Mais adiante podemos fazer uma publicação no blog somente sobre esta forma de trabalho.

Finalmente visitamos a exposição! Ainda em montagem, claro, mas já serviu para que os nossos mediadores se ambientassem com a obra do Hélio e que um pouco da ansiedade de estar na exposição, fosse sanada. Circulando nas galerias do Paço pudemos encontrar com o Fernando Cocchiarale e com o César Oiticica Filho, curadores da exposição, e conversar sobre as estratégias de mediação diretamente com as obras.






Nos dias seguintes (9 e 10/09), dividimos a equipe e tivemos nosso primeiro encontro dos grupos de estudos. Conversamos sobre o texto do Jorge Larrosa Bondia, Notas sobre a experiência e o saber de experiência”, publicado na Revista Brasileira de Educação nº19 de 2002. É um texto que muitas vezes radicaliza o conceito de experiência e por isso mesmo escolhemos debatê-lo. Este texto está disponível no site.  
  
Convidamos os mediadores a abrirem suas cadernetas e exporem no blog suas reflexões. Também publicaremos aqui, as atividades que estão ocorrendo no cotidiano do projeto educativo.
 
 
Nos interessa toda experiência no labirinto! Quem quiser deixar a sua registrada por aqui, pode escrever diretamente nos comentários ou nos enviar um e-mail para
educativoheliooiticica@gmail.com


Maíra Dias e Ana Paula Chaves